sábado, 30 de maio de 2009

Pra refletir...

''Querido Deus:
-Você certamente não age como se Deus fosse vivo, foi o que uma das amigas de Pattie disse a ela em tom de acusação, e isso me persegue desde essa ocasião. E eu, ajo como se estivesses vivo?
Às vezes, te trato como uma substância, um narcótico como o álcool ou o Valim, quando preciso de uma dose a fim de abrandar a dureza da realidade ou acabar com ela. Outras vezes, fujo deste mundo caindo num mundo invisível imaginário; e na maior parte das vezes realmente creio que ele existe, tão real quanto este mundo de oxigênio, plantas e água. Mas como fazer o inverso e deixar a realidade de teu mundo, ou tu, entre e tranforme a mesmice entorpecedora de minha vida diária, do meu eu diário?
Sinto progresso, admito. vejo-te agora como alguém que, mais do que temer, eu respeito, e até reverencio. Agora tua misericórdia e tua graça me impressionam mais que tua santidade e majestade. Jesus fez isso por mim, acredito. Ele te amansou, pelo menos o suficiente para podermos viver juntos na mesma gaiola sem que eu tenha de me esconder assustado em um canto o tempo todo. Ele te tornou interessante, amável. E digo para mim mesmo que ele me tornou interessante e amável também para ti. Eu jamais conseguiria chegar a esse estágio sozinho; tenho que aceitar tua palavra quanto a isso. na maior parte do tempo, eu mal acredito.
Portanto, como devo agir para mostrar que estás vivo? de que modo as células do meu corpo, as mesmas que me fazem transpirar, urinar, ficar deprimido e rolar de lado para o outro na cama à noite, como elas podem carregar o esplendor do Deus do universo e deixar isso transparecer a todos? Como posso amar, ainda que seja uma só pessoa, do jeito que ensinaste?
Às vezes, transporto-me para teu mundo e te amo. Também aprendi a conviver bem com este mundo. Mas como posso conciliar os dois mundos? Esta é minha oração, eu acho:
crer na possibilidade de mudar
. Vivendo voltado para mim mesmo, fica difícil divisar a mudança. Com muita frequência, parece que se trata de comportamento aprendido, de adaptações ao meio ambiente, como dizem os cientistas. O que devo fazer para te deixar mudar minha essência, minha natureza, para que eu fique mais parecido contigo? Será que isso é mesmo possível?
Engraçado, acho mais fácil crer no impossível - na abertura do mar Vermelho, na Páscoa - que crer no que deveria parecer mais possível: o lento e constante raiar de tua vida em pessoas como eu e Janet, Dave e Mary, Bruce e Kerry, Janis e Paul. Ajuda-me a crer no possível, Deus. ''

Philip Yancey (Trecho do livro: ''O Deus (in)visível''
pág. 18 e 19- editora Vida Acadêmica)



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